Categoria: Textos

Bartolomeu Campos de Queirós

“(…) é uma obra dura. É uma obra que perscruta o que há de mais interior na gente e nos dá voz. Diante da obra do Fernando Pacheco como da poesia do João Cabral de Melo Neto, é impossível ficar calado. Eu acho que isto é uma função vital de qualquer obra artística, passar a palavra para aquele que vê, para aquele que olha, para aquele que frui. Isso é característico da obra do Fernando. A obra do Fernando Pacheco não é uma obra que ampara a gente no colo, que acaricia levemente. É uma obra que a gente tem que pedir o colo. E ele não nos dá. (…)”

Jacob Klintowitz

“O artista Fernando Pacheco e a sua alma, este é o tema do espetáculo. Como Ulisses, ele escutou o Canto das Sereias, pois é o som mais forte da sociedade de consumo, mas não necessitou ser amarrado para resistir. Fernando Pacheco não vive para trabalhar, não trabalha para viver, mas o artista e a arte existem numa respiração contínua. Sopro. Vento do deserto.”

José Eduardo Gonçalves

“(…) E ele pinta e pinta. Faz o diabo com a tela. Faz o que pode e faz muito. Como poucos. Faz porque é isso que precisa fazer. Como todo artista de verdade, ele sabe que seu trabalho não leva a lugar algum, não explica nada, não alivia a vida de ninguém. A arte é coisa que corta e fere, que seduz o olhar, sim, por que não? Mas a sedução nos leva além deste olhar, e nos afunda em um mar sem saída, um escuro sem volta, um não saber. Toda arte é ponto de partida. Vem da história, de muitas histórias de uns e outros, de aprendizado. E por ser história se reinventa e parte para contar outras histórias. Tudo é memória. Tudo é invenção. Fernando Pacheco sabe disso. E por isso inventa essa coisa que é pura memória de algum lugar. Este lugar, só ele sabe o que é.”

Carlos Heitor Cony

“Sou admirador de Fernando Pacheco há anos. (…) No ambiente de uma cidade criadora como Belo Horizonte, Fernando sente-se em casa. Atinge sua maturidade mas repete a criança que está sempre farejando o ar, apalpando as coisas e a vida, em busca da expressão exata, da verdade apreendida em cor e ritmo.”

Walter Sebastião

“(…) a Pintura não passiva e com mais expressão (…) um fio condutor de toda obra de Pacheco é a visão da Pintura como um campo de batalha… uma certa selvageria (um não-sentido) que está na sua origem. Esta proposição faz o artista, simultaneamente, construir cenas (ou situações), algo teatrais, e lutar bravamente contra a sua decifração. Pintura o tempo todo. Explícita. É acirrando o valor especificamente plástico da imagem que o pintor Fernando Pacheco enfrenta a superfície da tela.”